A Dádiva Indecisão

Reirazinho
1 min readJun 14, 2024

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art: The Muse of Painting (1870), by John La Farge (American, 1835–1910)

Ser visceral ou alegórico? Há magia na crueza fria da existência? Existe verdade sobre o voo angelical da imaginação? Sobre a corda bamba das experiências, caímos rumo à imprecisão do caos. A realidade carrega rochedos na cruz de pecados assombrosos. Quando contemplada — nos encruzilhamos no vazio que apedreja o espírito. Como é vil a trajetória desta terra escura. O compasso da decadência é o instinto dançante dos sexos. Nem a mais alta dosagem de vinho velho pode entorpecer a verdade. Em contrapartida, a glória imperial da humanidade resplandece o terreno fértil das possibilidades. Numa simbiose de intelecto e ideia, houve o nascituro dourado da beleza. É como se o brilho da lâmina pudesse brilhar na derradeira miséria humana. Isto é a imaginação.

Sentados, num clima fresco, e o Sol mostrando seu rico poder, gente de toda gente passa por nossos olhos. O céu continua azul; os bem-te-vis ainda são graciosos; as estradas dos bois ainda se adornam com a friagem da madrugada.

Nossa incerteza? Ela responde pela magia carnal das coisas vivas e misteriosas. Vinho bebemos para esquecer, mas também para celebrar o mundo. Quanta poesia se esconde na matéria imagética dos deuses…

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Reirazinho

Sou feito de palavras não ditas e de melancólicas emoções. Contemplo o mundo escrevendo poesias, prosas, contos, ensaios e crônicas.