A V.F

Reirazinho
1 min readNov 17, 2024

--

Foto de Mitchel Lensink na Unsplash

A ti, que na profundeza do tempo
Esteve comigo às horas passadas
Como águas de sangue lento,
De passatempo as pessoas que nos foram
Próximas, sentimos só a superfície;
Sentimos só a superfície…

A ti, que tantas conversas jogamos
Empregadas viagens alegóricas,
Imaginação num comboio
De risadas claras, um dia, quem sabe
Tornar-se-ão simplórias…

Infelizmente o drama é uma adaga
E meu coração vampiro.
Estás aqui e um dia não mais estarás,
Como todos nunca estarão…
Dizem que a solitude é doce,
Mas senti amargura a vida inteira,
Meu amigo.

A ausência é o carma vindouro,
Temo não suportar
O preenchimento de nada.
Deixo cartas como apelos
Que contigo confio meu ouro,
Meu sonho inalcançável:
A poesia do hoje a ser lida amanhã.

Nunca escrevera a ti, amigo,
Mas perdoe-me, a consciência
Grita à porta, e se não abro,
A alma se fecha ensimesmada,
Chora e dói sem eu saber.

Obrigado por tudo
E não se assuste!
É uma homenagem
Um tanto rústica,
Que um dia na aragem
Dos sonhos
Lembrarás de mim
como vento que
veio, mas foi…

--

--

Reirazinho
Reirazinho

Written by Reirazinho

Sou feito de palavras não ditas e de melancólicas emoções. Escrevo o meu mundo com poesias e prosas.

No responses yet