Caminhadas
Passo pela instituição como transeunte, com passos firmes, porém fleumáticos, notando a coletiva dispersão ao redor. Todos com olhos e dedos atrofiados pelos celulares. Vou como quem se diz nômade: fluindo nos degraus da escada, sem pretensão de contato fixo. Viajo entre galáxias do pensamento. Na minha introspecção eremita só há estrelas e o vazio. Início, na mimese plástica de Deus, a criação, onde histórias contam os mistérios dos homens, e a poesia se faz litúrgica. Oro pensando na catedral das confusões, puxando às ideias de coisas comuns, que da miséria do mundo ganham adornos por hora sublimes.