Carta a ele
Do seu sorriso, vejo que ainda tenho muito tempo, mas sei que esse tempo será esgotado, portanto, devo te amar e sentir gratidão por sua existência. Devo contemplar o brilhar de seus olhos quando está feliz ao meu lado; enquanto sobrevoamos na imensidão do universo mentalmente sonhando juntos o significado do bem. O bem assim como as estrelas, há de monte, mas a cada desistência, ele se apaga. Não deixe que o brilhar de uma estrela desapareça na magnanimidade do universo. Ame para todo sempre.
Sempre cumpria os meus desejos materiais, nunca faltou nada que eu queria. Cumpriu o papel sobre o cuidado e afago. Ensinou-me a cuidar e amar. Preciso recompensar tal gracejo. Irei ao menos colocar toda a minha intenção nesta carta, posso fazer isso por enquanto. Espero não me arrepender para o resto da vida de não ter lançado uma simples sentença.
Faz um ano de repressão emocional. Pergunto comigo mesmo o que está acontecendo; parece um ascetismo danoso: ao invés de paz, recebo mais castigo do meu ego. Punido pelos próprios demônios ilusórios da minha mente.
Você nunca lerá isso, mas saiba que sempre te amei. Dedico essa ode a você, a pessoa que jamais imaginara escrevendo isto. Estamos afastados mesmo residindo no mesma casa, és a única pessoa parecida comigo. A única forma resultante de uma singularidade curiosa. Não tenho certeza se os outros reconhecem isso e não dizem, possivelmente sou quem enxerga com clareza. É um bom sujeito, porém, eu nunca disse um simples “eu te amo’’. Faz meses que penso intensamente nisso, mas gangorreio entre pronunciar sem pestanejo, ou ajeito um contexto para falar. Não tenho muito tempo e cada vez volto a pensar nisso. Será que consigo?
Um abraço sincero que você tanto merece.