Clones
Que maravilha seria vislumbrar as coexistências de clones. Poder tocar no rosto de si e não recorrer à estranheza. Eu compartilharia os meus escritos comigo, indo por todos os poros do texto, desmembrando todas as possibilidades nos recantos da loucura! Praticaria a autofagia poética: sobre a lascívia das minhas bocas falantes, e da língua degustando palavras, haveria o vício por sentir; ter no coração a consciência de todo o sentimento humano. Experienciar a humanidade absoluta sem fitá-la nos olhos.
Ah, como é incrível ter clones! A família e os amores seriam cortados: meus progenitores seriam ensinados pelo que já sei; casaria com o vazio supremo, o amar do meu próprio amar sem sentido. Neste mundo os clones atiram com balas de psicoses, somente alucinados vivem por excelência o cotidiano e suas condenações.