Devorar
Mar 26, 2024
Na morte e no soturno mausoléu
Caminha na carcaça a pele fria,
Soltando dos órgãos a via sombria
Ritual do caos da vista pelo céu.
O vulto faz a angústia escarcéu,
A dor, este tom fúnebre da cria,
Exaure o nascituro que leria
A gênesis das trevas e seu fel.
Devora seu filho na boca gárgula.
Um crápula do amor vivo de Gaia,
Tem sede por poder em ser a cláusula
Dos direitos da vida e a arte de Maia.
A foice de seu nome rasga o tempo:
Rasgou Urano: Saturno, o senhor lento.