Do amar pequenino
Para ela dou o meu amor pequenino,
Uma poça enxuta perante o mar,
És um oceano deleitável de amor
porque sei que me salvas do mundo.
Meu amor é ínfimo a tua beleza,
os átomos não fitam o teu encanto,
porque nem a física capta este ser
sem que rotule o que é inefável.
Amo-te e nem entendo a razão,
é como se tu fosses eu idealizado,
inexplicável desejo de te ter
sem me limitar a cronologia.
Amor, sem tu é como ser morte,
frio, sozinho e sem sentido;
se o sofrimento és tu e
embrusca-se ad eternum,
aceito morrer para tê-lo.
Não mais recorro à lógica
porque pensar é patético,
será elucubrado na mesquinhez
quem define o amar.
Amor é irracional, apedeuta,
sem qualquer coerência,
e dito isso, o compêndio do amor
é um evangelho da humanidade:
ninguém é ateu.