E mais uma vez…
E mais uma vez estamos aqui, sob a ótica da Lua que nos fita todo santo dia, ainda que por sua lente delicada nos vê embaçados por uma égide desgastada. E mais uma vez você aqui, a pessoa na qual confiei de braços abertos em minha casa, ciente que estranhos não entram em nossos corações. Entrou como quem pede um copo d’água, mas pelo tridente de Netuno, o mar dos meus sentimentos afogaria nos seus. Mais uma vez estou lá: numa estrofe de um poema apaixonado, que ao fim do verso sozinho estarei. E mais uma vez estou sofrendo, porque nem mesmo na Lua ou na Terra gravitam o meu amor.
Quero fugir, mas para aonde? Se nem a minha sombra presa na irradiante luz da minha escuridão me quer. Quero inexistir se mais uma vez eu minto que o universo conspira contra mim.
