Floral do Desamor
Doei-me os olhos para veres magnólias
Tiveste a boca de carne lascívia
Sorriste na fragrância que sorria
O beijo e o toque de nossas prosódias
Um dia peguei crisântemo no céu
E a Lua magoou-me o corte de míngua
Fitei no amargor circular anel
Saturno casar-te o gosto da língua
Deste o teu odor leve ao crápula
Que me nauseia a narina da memória
Cresci sem ter amor de nossa fábula
Enquanto teu jardim te planta história
Minha terra natimorta vive só
Choro-me nas rosas por ser jazido
O espírito girassol virar pó
Amai-me o que poderia ter sido
Coração de batimento relutante
Viajo entre galáxia de floresta
De flor sem pétala amante
A tristeza mais fúnebre e funesta
É que amar-me se faz tão necessário
Traio-me inalando a vil morte
Perecendo no enredo nada hilário