Irrealidade

Reirazinho
1 min readAug 13, 2023

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Dmytro Soroka — Unplash

Nem mesmo culpado o nojo de si é condescendente a calma. Recompensa seu próprio ato ignóbil nas ilusões precavidas a inutilidade. Sente-se alocado às misérias da própria mente. Medita fitando os vértices de sua culpa. Não reconhece o espelho como seu verdadeiro eu. Pensa como finalizar o quebra cabeça; se houvesse esforços reais de sua pessoa, talvez as cobras da vergonha rastejante sobre seus pés não o acompanharia. Se parasse de exaurir lágrimas mentirosas, tal qual o ato de chorar, seria posto ao humor estável doravante. Perdeu-se nas estribeiras dos rios, escorrendo como a vida, seus anos tornam-se execráveis. O tempo é seu pior inimigo, não porque passa, mas a abstração dele o faz letárgico. Vê-se no panorama superior, como uma consciência centelhada pelo brilho divino, e, nesta superioridade universal, enxerga seu corpo passado e futuro devidamente fatalísticos. O nojo do instinto e a consciência do nojo o envergonham na inconsciência do real.

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Written by Reirazinho

Sou feito de palavras não ditas e de melancólicas emoções. Escrevo o meu mundo com poesias e prosas.

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