Loucura e modernismo
Olho nas frestas dos tijolos velhos
E assim avisto um mundo diferente,
No vão fito a ganância da mente,
Mais distante vejo olhos de histéricos.
Sangram as parafilias mentais
Dentre tantas dores fisiológicas,
A loucura de hoje transborda os cais
Navegando nas psicoses históricas.
Chamam atualmente de transtorno,
Prefiro chamar de vida normal,
O paciente não mais com o adorno
Branco, apertado se sentindo mal;
Agora de terno polido o sujeito,
E o ego pendulando sua saúde,
Modernidade sofre sem receio
Fazendo-o chorar com sua atitude.
— Quanta confusão do lado do muro,
Do sanatório toma-se as balas,
Na cabeça tomam, e com o luto
Ao redor bebem das gotas de lágrimas.
Bom remédio a minha psique cala
E para o cidadão comum também,
Mas acordo doravante com água
E o cidadão só acorda no além.