Madrugada Cadavérica
Oh, minh’ amada e perecida noite!
Tu, completude dos mistérios mágicos,
Amante poeta das estrelas sós,
Sente o cadáver palpitar o vício
Por ti. Contempla sob o rio dos olhos
O melancólico escritor lascivo.
A Lua o desnuda inteiramente à luz.
Cega-o nos dedos; a penumbra caiu…
E desmoronou o verso e o lume dele!
O poeta morto apagou junto ao quarto;
Cheiro de pólvora das ruas foi claro,
O estrondo viu com o tinteiro as vozes.
No amanhecer, o falatório veio:
“Quem diria, nunca pensaria isso dele!”
Porém, longínquo de sua casa, avistou
Alguns cartazes com seu nome e livro:
“Poesia cadáver renasceu aqui!”
O nascituro então viveu — a hora escriba!