Messias ou barbárie
Ou há um Messias, ou é barbárie até o fim. Sem propósito sigo caminhando num vale de lágrimas noturno e sozinho nos meus devaneios. À parte, concluí em meio ao abismo que não existirá justiça, mesmo lutando perenemente sob as brasas infernais do sistema.
Se cai o sistema, seu putrefato corpóreo ideológico ressurge. Escravidão, capitalismo, guerras e tiranias serão sempre vírus do pensamento. O medium, em sentido ontológico, isto é, a circunstância, rufla suas asas a convite do caos. Vejamos como uma substância invisível sempre à espreita da aparição.
O que Messias conversa com isso? Deve haver necessariamente alguém que nos salve dos poucos que nos controlam. Haveria de ser nós, porém, nossos olhos foram arrancados desde o início. Somos zumbis olhando trevas à frente, onde as lágrimas tétricas não mais elevadas às pálpebras, mas descidas no suor quente do trabalho e do descaso.
Ressaltamos com bons ares, por mais ridículo e indubitavelmente alienante que seja, a opressão dos que nos oprime. Fomos ludibriados na ilusão do heroísmo que os elegeram, acreditando nos méritos por si só; sem circunstância alguma, sem passado, portanto sem história.
Se há um Messias, que ele nos acuda!