Platônica

Reirazinho
1 min readAug 14, 2024

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art: Novissima Pl.31 (1901–1905), by Edoardo de Fonseca (Editor) (1867–1936)

Imagem de sonho proibido
que decai numa maçã do Éden,
rubi esférico em beijo partido
infrutíferos amores que se perdem.

Olho para uma, olho para outra,
então choro bloco de sangue.
Sinto o amor como lavoura
— O verme que entra e me langue.

Todas moças são miragens do ideal.
Nunca o terei aos olhos do tato
o sonho de amar o real
corpo sem corpo, mas o tesão que capto.

Um tenro sorriso, a magia de carinho;
quero a doçura alva e tão inocente,
o expurgar de meus espinhos
na jardinagem fantasma desse ente.

Ela a qual se esconde em tantas sombras,
vejo-a na viga estreita das relações
amada quimera em forma sem pontas
num equilátero de ruas com amarrações.

Sou a rosa do desgosto, uma ópera
sem esboço; talvez um dia rir da comédia
que compensa a cólera
recaída nessa minha tragédia.

Beijo na minha paisagem nebulosa
de tantos homens que vi
só você, que o gênero foge e é formosa
a fantasia de ser amada por ti.

Paixão feminina em retrato de Sol…

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Reirazinho
Reirazinho

Written by Reirazinho

Sou feito de palavras não ditas e de melancólicas emoções. Escrevo o meu mundo com poesias e prosas.

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