Quietude
O som do inferno está jubilando meus ouvidos. Ai de mim! Ai de mim, estar a metros de distância da ignomínia! Sinto um desassossego neste domingo blasfemo: do meu lado há a caixa de som tocando o mais forte badalar dionísico. Não me censuro ao afirmar que este desassossego não é apenas pelo ruído musical. Detesto ouvir o que os meus instintos não querem ouvir. O silêncio ergue o mais belo horizonte à alma, e nisso, minha mente se apazígua. Quando os meus conceitos, as paranoias e as idiocrasias não me atacam com suas protuberâncias de caos, minha sonoridade passa na melancolia das palavras.