Sincronicidade

Reirazinho
Apr 19, 2024
art: The Evening Star (1877), by Henri Fantin-Latour (F1836–1904)

Carrego no bolso a chave sintética
entre meu sincronismo e todo o cosmo.
Jaqueta preta de tom da tragédia
orna o meu acaso cético do corpo.

Volto do trabalho vendo essa média
que separa meu eu vivo do meu eu morto;
será a estrela celeste a tolda ética
que me navega o ar divino do assopro?

A poesia não responde os porquês:
o oposto, vê a putrefação da mente
logrando motivos de se ser doente

no mundo atomizado em seu murmúrio.
Vejo o evento sincrônico e na vez
que o sentido morre, vivo o eu telúrico.

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Reirazinho

Sou feito de palavras não ditas e de melancólicas emoções. Contemplo o mundo escrevendo poesias, prosas, contos, ensaios e crônicas.