Solitude

Reirazinho
Mar 9, 2024

--

O meu mundo abre na clava
da chave desconhecida,
sinto a prontidão do mundo
que me socorre o portal
na entrada da percepção.
Grito pelo meu silêncio
ermo, o d’álma que afastada
é um calar fantasmagórico,
vejo o inverno dos suicidas
e o calor de lá me aquece.

A estrada dos eremitas
é o destino contemplado,
sou o calar da madrugada
que os urubus se apagam.
A doçura da carniça
que alimenta nas retinas
o deleite coletivo.
Solitude nas gotículas
dessa chuva introvertida,
evocando o melancólico
sofrer, que por natureza
é mar da dor escorrida.

A distância ensina morrer:
o meu autoconhecimento.
Quando só, reflito o mundo
e o pensamento cadáver,
mas quando em multidão,
morre meu ensimesmamento
autêntico e individual.

--

--

Reirazinho
Reirazinho

Written by Reirazinho

Sou feito de palavras não ditas e de melancólicas emoções. Escrevo o meu mundo com poesias e prosas.

No responses yet