Sonhos

Reirazinho
2 min readFeb 10, 2025

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art: Trees against the sky (1899), by Ferdynand Ruszczyc (1870–1936)

O sonho dança com a lágrima do ideal.
Choro porque a utopia é poesia,
e a poesia é fantasia de tristonhos
que idealizados do amor, padeceram.

A lira tocaria uma serenata perene.
A humanidade com suas diferenças
e tropeços desarmônicos, cantariam
pela primeira vez algo que não a morte.

No meu mundo a morte é sombra perdida.
Aqui as manhãs dão graças aos frutos verdes,
o lume fresco das maçãs é amor,
e a morte nunca reluz para amar.

Leio passagens de mãos em corpos.
É que aqui verte o toque sobre a impureza
do desejo; e aqui, o desejo não é libido,
é página que cheira, toca e escreve história.

A dor acalenta mais que a sua sensação.
A psique e o corpo ganham resistência,
sentir não é sinônimo de sofrer,
porque o espírito é carne de ações erráticas.

Sorrisos são faces inteiras no todo.
Tristeza transfigura em dormência,
que acorda pensando em novamente
rir das coisas descansadas no passado.

É de imaginação pueril que o coração bate.
Sou uma criança com asas de fada,
relampejando entre as nuvens de verão
um pouco de carinho com a vida.

A esperança vagueia para todos.
Haverá entre as ruínas e o marasmo
o meu sorriso fantasma assombrando
a realidade decadente.

Sonho com a natureza etérea.
Lá onde o folclore é realidade,
mais real que minha fantasia
de um universo incriado, impossível…

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Reirazinho
Reirazinho

Written by Reirazinho

Sou feito de palavras não ditas e de melancólicas emoções. Escrevo o meu mundo com poesias e prosas.

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