Sufocado por si
Palavras sufocam minha garganta,
ao mesmo tempo que querem sair,
ficam soterradas na ansiedade.
Obsoleta vida que desalenta.
Olhando o horizonte…
Ermo sofrimento a banhar-me.
Preto é a cor dos meus ossos,
cinza a cor do meu mundo,
paisagem impressionista: minha vida.
Sufocado por si próprio, vivo a asma mortal.
Olhando as estrelas…
Linhas tortas descrevem o monólogo,
fatídico ser humano buscando o fim.
Monotonia mental, cotidiano vivo.
Musicalidade profunda me atinge,
vômito orquestral alivia meu sufoco;
no dó menor, ou nas batidas finais,
a magia do entendimento permanece.
Olhando a desgraça…
Sou finito, sou pleno, sou tudo.